Estudantes de diferentes partes do mundo têm cada vez mais acesso a sites com vídeo-aulas e até cursos completos de algumas das melhores universidades do mundo. O melhor: são de graça. Os chamados MOOCs (Massive Open Online Courses) são cursos abertos, via web e para todo mundo. Em um único curso, você pode ter 80 mil colegas de classe.
Esse era o tamanho da turma de Felipe Barreiros, diretor de conteúdo digital, no curso que ele fez de gamefication. “A gente gasta muito tempo dentro de jogo e acaba não tendo nenhum retorno. Eles tiram esses atributos que estão dentro de jogos e acabam colocando em coisas que são realmente prazerosas e acabam adicionando alguma coisa para nossa vida”, explica.
No Brasil, não encontrou nenhum lugar onde pudesse estudar o assunto. Tentou o Coursera e achou um curso completo com um professor da Universidade da Pensilvânia. O que aprendeu na aula virtual, Felipe já está aplicando no trabalho, em uma faculdade de tecnologia.
O site possui 33 universidades parceiras, como Princeton, Columbia e Stanford. São 2 mil cursos, com 1,7 milhão de alunos. “Nós promovemos interação entre os estudantes, fazemos com que se perguntem uns aos outros e discutam sobre os conteúdos e também encorajamos os estudantes a criar grupos de estudo”, conta Julia Stiglitz, do Coursera.
Os grupos são importantes porque o professor não tem como corrigir o trabalho de todo mundo. A correção é feita entre eles, e a coisa é séria. Quem acompanhar as videoaulas e discussões e cumprir os prazos das atividades têm direito a um certificado, que certamente vai fazer diferença no currículo.
É bom lembrar que os cursos são em inglês, mas muitos já são traduzidos para outros idiomas por voluntários. Hamilton Haddad virou fã de cursos online como aluno e agora é professor no Brasil, no portal da USP. São mil e-aulas da universidade disponíveis e mais de 10 mil acessos por dia.
“No presencial, você sabe exatamente quantos são os seus alunos, aqui não. Você coloca a aula no ar e isso pode ser assistido por qualquer pessoa. É muito legal”, afirma Haddad. Na USP, é um pouco diferente. Não existe certificado e nem curso completo.
Você assiste às aulas em busca de conhecimento, e nada mais. Só que em um mundo em que já não há fronteiras e nem distâncias, conhecimento vale muito. “Eu sinto como se tivesse um professor particular entre os melhores do mundo me ensinando. É realmente uma ferramenta muito boa, que tem recursos além das aulas. É muito bom, e é de graça. Conhecimento tem que ser de graça”, diz o engenheiro Bruno Werneck.
Entusiasmado, Bruno não pensa só em aprender e criou o próprio site para ensinar, e já ajudou muitos estudantes do ensino médio.